Coaching e hipnose roubam as cenas da novela e causam polêmica

Muitas discussões estão acontecendo nas rodas de conversas, dentro e fora das mídias sociais, por parte de algumas entidades e profissionais ligados aos processos de coaching e hipnose; diante da grande polêmica causada pela novela “O outro lado do paraíso”, da TV Globo.

 

Desde que a advogada Adriana, personagem vivido pela atriz Julia Dalavia, aplica o processo de coaching e hipnose na personagem Laura, encenada pela atriz Bella Piero, sem o protocolo devido, surgiu fortemente a questão:

 

Qual o real fundamento desses processos?

Li uma entrevista esclarecedora do diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), Marcus Marques, para HuffPost Brasil, onde ele diz que o processo de coaching é aconselhado para quem tem um objetivo concreto e precisa de ajuda pontual para colocar em prática um plano de ação para atingir suas metas.

 

“O coaching é processo que ajuda as pessoas a saírem de um ponto A e chegar em um ponto B. É sempre um acordo de uma meta e de um processo. Não precisa ser especialista no tema do cliente. A principal ferramenta do coach são as perguntas que vão ajudar o cliente a refletir e chegar às suas conclusões. Não é algo diretivo, como faça isso ou aquilo. Mas por meio de perguntas o cliente vai se percebendo, se conhecendo e estabelecendo ações para conquistar suas metas”, declara Marques.

 

O Conselho Federal de Psicologia publicou uma nota dizendo que a emissora tratou “com simplismo e interesses mercadológicos um tema grave como o sofrimento psíquico de personagem cuja origem é o abuso sexual sofrido na infância”.

Já o Instituto Brasileiro de Coaching afirma que o processo de coaching é diferente da terapia e que “um coach não está habilitado para aplicar técnicas terapêuticas ou lidar com transtornos, distúrbios e traumas”.

 

Sobre o uso da hipnose em tratamentos, há uma regulamentação do Conselho Federal de Psicologia restringindo a prática aos profissionais certificados. “Art. 2º – O psicólogo poderá recorrer a Hipnose, dentro do seu campo de atuação, desde que possa comprovar capacitação adequada, de acordo com o disposto na alínea ‘a’ do artigo 1º do Código de Ética Profissional do Psicólogo”.

Para Marcus Marques houve uma má condução da cena por parte da novela, o que acabou provocando uma ampla discussão sobre o processo de coaching. “A personagem não é uma coach profissional. Espero que no desenvolver da trama fique estabelecido que o coach não é indicado para traumas como esse e que ela recorra para a terapia”, relata.

O Conselho Federal de Psicologia ressalta que a saúde mental deve ser levada a sério e que pessoas em sofrimento psíquico devem procurar psicólogos, profissionais credenciados para esse tipo de tratamento.

 

Enfim, a discussão não deve terminar por aqui, mas vale para repensarmos os processos e seus objetivos a fim de aperfeiçoarmos, cada dia mais, a excelência no atendimento aos nossos pacientes.

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