Um psicoterapeuta sexual é um psicólogo com formação especializada em sexualidade. Ele trata indivíduos com queixas sexuais cujas causas podem ser não somente fisiológicas, mas que acarretam inadequações sexuais conjugais. Pessoas que se sentem insatisfeitas com sua vida sexual, com seu desempenho sexual ou relatam algum desconforto na atividade sexual.
A terapia sexual pode ocorrer individualmente ou em casal. Inclui sessões de educação e orientação sexual além da abordagem terapêutica das causas, e os efeitos delas, na queixa relatada. A obtenção de conhecimentos sobre o próprio corpo e como a sexualidade se manifesta é importante recurso usado na psicoterapia sexual.
O psicoterapeuta durante as sessões de psicoterapia ou durante palestras e workshops que realiza tem a oportunidade de esclarecer dúvidas e orientar as pessoas sobre os diversos temas relacionados ao universo da sexualidade e as disfunções sexuais.
Há alguns anos me interessei por essa especialização porque, como psicóloga clínica, costumava receber muitos pacientes relatando insatisfações com sua vida sexual. Para atender esses pacientes, com mais profundidade, busquei conhecimento e técnicas terapêuticas específicas que auxiliam o tratamento das queixas com eficácia.
Precisamos ter claro em nossas mentes que uma vida sexual comprometida pode trazer ou causar importantes e diversos conflitos pessoais e conjugais.
Infelizmente, a sociedade onde vivemos é cheia de tabus e restrições que nos impedem de viver nossa sexualidade de forma plena e satisfatória. Um ponto limitante é a criação moralista e machista que muitas pessoas recebem, até hoje, e que faz com que as meninas não conheçam e não toquem seu próprio corpo, descobrindo-se como mulher, somente na idade adulta. Crenças como esta podem trazer problemas futuros como disfunções sexuais femininas. Já os meninos são criados para serem potentes e sempre desejosos de prazer sexual. Se não correspondem a esse estereótipo, provavelmente, terão problemas de inadequação com suas parceiras.
Além dessas razões, as restrições religiosas também são bloqueios para uma sexualidade espontânea e prazerosa.
A importância de uma boa comunicação durante o sexo
Algumas pessoas têm dificuldades para verbalizar suas preferências durante o sexo. É possível melhorar a qualidade dessa comunicação estabelecendo linhas de diálogo claro que permitem conhecer como a parceria prefere ser tocada ou estimulada. Para isso, é fundamental aprender a linguagem corporal e os sinais que nossa parceira dá durante o sexo.
Uma sugestão que dou aos meus pacientes é a adoção de jogos sexuais que ajudam a melhorar ou estabelecer a comunicação entre o casal. Uma vez que proporcionamos satisfação ao outro acabamos completando nosso próprio prazer!
Rotina é veneno para uma vida sexual satisfatória!
Para mantermos por mais tempo o alto nível do desejo, característico do começo do relacionamento, é necessário que ambos invistam na vida sexual procurando ser criativos, buscando novos detalhes para erotizar a relação e melhorar as práticas sexuais constantemente para que quando chegarmos à maturidade poderemos manter o interesse com uma vida sexual ativa.
Muitos casais que já tinham vida sexual satisfatória na juventude e na vida adulta conseguem manter nesta fase, mais facilmente, a chama acesa. Mas nada nos impede de investir no desenvolvimento desta habilidade na maturidade.
Quer saber mais sobre sexo na maturidade? Leia meu artigo “Com a maturidade passamos a valorizar mais a intimidade do que a sexualidade” (https://www.linkedin.com/pulse/com-maturidade-passamos-valorizar-mais-intimidade-do-que-bressani).
Sexo é instinto ou podemos desenvolver habilidades para ter mais prazer?
Dá para desenvolver essa habilidade, sim. Basta querer! Podemos aperfeiçoar a prática a cada experiência que vivemos, aprimorando nossa busca pelo prazer de diversas formas. Uma delas é desenvolver novas práticas prazerosas de excitação, de forma solitária ou acompanhada, para obtenção do orgasmo. Outra diz respeito aos estímulos eróticos que recebemos no dia a dia e que podemos canalizar para o encontro sexual.
Um psicoterapeuta pode ajudar as pessoas a ter mais prazer em suas relações esclarecendo, o máximo possível, as queixas trazidas pelos pacientes e focando nos sentimentos envolvidos. Deve investigar, com profundidade, as causas que podem influenciar as queixas e orientar o paciente a buscar a melhor maneira de solucionar o problema com técnicas específicas proporcionadas pela terapia sexual.
É bom lembrar que, buscar a ajuda profissional de um psicoterapeuta é, sem dúvida alguma, é um excelente investimento!
Psicóloga clínica e hipnoterapeuta especialista em terapia cognitivo comportamental e psicoterapia sexual. Especializada em medicina comportamental, orientadora sexual, psicoterapeuta de casais, professora convidada em cursos de especialização, presidente do CEPCoS, membro associado da SBRASH, membro associado da ABPMC, sexóloga do Hospital Pérola Byington, em São Paulo. Palestrante em cursos de aperfeiçoamento e especialização, workshops, congressos e jornadas. Acompanhamento de profissionais em início de carreira. CONTATO: vmbressani@gmail.com
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