Envelhecimento e Sexualidade: uma conversa urgente com a sociedade

Introdução

Por Vânia Macedo Bressani

Estereótipos, tabus e a invisibilização do desejo na terceira idade

Envelhecer é natural. Silenciar o desejo, não deveria ser.

Falar sobre envelhecimento é, antes de tudo, falar sobre a continuidade da vida. Mudam-se os ritmos, os papéis sociais, o corpo. Mas a essência do humano, o desejo de se conectar, sentir prazer, dar e receber afeto ainda permanece.

Por outro lado, a sociedade insiste em tratar a sexualidade na velhice como um capítulo encerrado. Como se, ao envelhecer, as pessoas automaticamente deixassem de desejar, de sentir, de querer proximidade e prazer.

Neste artigo, proponho uma reflexão urgente: por que silenciamos a sexualidade da pessoa idosa? E o que perdemos com isso?

O que é envelhecer: mudanças físicas, emocionais e sociais

Envelhecer é um processo complexo e multifacetado. Vai além das rugas ou cabelos brancos. Envolve transformações fisiológicas, como a redução da massa muscular, alterações hormonais, mudanças na pele; mas também mudanças psicológicas, emocionais e sociais.

Muitos idosos enfrentam o luto de papéis sociais: a saída do mercado de trabalho, a viuvez, o distanciamento familiar. Em paralelo, enfrentam questões internas como redefinição de identidade, propósito e pertencimento.

Apesar desses desafios, o envelhecimento pode ser um período de profundo crescimento emocional e autoconhecimento. E a sexualidade faz parte desse processo.

Relacionamento e Sexualidade- Sexualidade na velhice por Vania Bressani

A importância do afeto, do toque e do reconhecimento da sexualidade como parte da saúde

Sexualidade vai muito além do ato sexual. Ela envolve afeto, cuidado, troca, proximidade, prazer e reconhecimento mútuo. O toque, o carinho, o olhar e a presença são formas legítimas de expressão sexual e emocional.

Reconhecer a sexualidade como parte da saúde integral da pessoa idosa é uma questão de dignidade e de inclusão. É preciso garantir que os corpos envelhecidos também tenham direito ao desejo, ao prazer, ao afeto sem julgamentos ou invisibilização.

Conclusão

Precisamos falar (mais e melhor) sobre sexualidade na velhice.

Romper com o silêncio e o preconceito exige disposição para escutar, acolher e educar. Envelhecer com dignidade inclui o direito de viver a sexualidade de forma livre, consciente e respeitada.

“Sexualidade na velhice não é tabu. É um direito. E reconhecer isso é um passo importante para uma sociedade mais humana, empática e justa.”

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